CID GOMES SE REÚNE COM TASSO PARA ANALISAR CENÁRIO ELEITORAL EM 2010

O governador Cid Gomes disse ao ex-ministro José Dirceu que só decidirá o seu futuro político em abril de 2010. Mas, antes desse limite imposto por ele, o Governador quer construir um acordo que assegure a reeleição do senador Tasso Jereissati. Seu objetivo é compor uma chapa onde o lugar de Tasso esteja reservado sem nenhum risco, mesmo que para essa aliança vingar ele venha a perder o apoio do presidente Lula, do PT e da prefeita Luizianne Lins na corrida ao Palácio Iracema.

Para fugir das especulações, e do patrulhamento petista, Cid Gomes dispensou seguranças e sozinho foi se encontrar com Tasso na sexta passada. A reunião entre Cid Gomes e Tasso Jereissati estava agendada há tempos e serviu para reaproximar antigos amigos e velhos aliados. De tão sigiloso o encontro, ninguém sabe sobre o que eles conversaram e nem mesmo há confirmação do local da conversa. Mas, apesar do silêncio sobre essa reunião, socialistas e tucanos têm uma convicção: se as eleições fossem hoje, Cid e Tasso estariam no mesmo palanque no Ceará, mesmo que o preço a ser pago pelo Governador fosse abrir mão do apoio do PT.

E mais: ambos agem como se tivessem combinado para negar o téte-a- téte que buscou aparar arestas dentro do PSDB, a partir do processo de cooptação de deputados estaduais pelo PSB. O goverrnador Cid Gomes continua com a tese de que tem compromisso de ceder uma vaga de senador para o deputado Eunício Oliveira e a vaga de vice-governador para o PT. Não há acordo para a cessão da segunda vaga ao Senado para o ministro da Previdência, José Pimentel.

Como o PT insiste em lançar Pimentel ao Senado, Cid Gomes examina as possibilidades para conseguir unir a prefeita Luizianne Lins e Tasso Jereissati no mesmo palanque. Uma das propostas já apresentadas sugere que Pimentel seja vice de Cid, e as duas vagas ao Senado sejam de Eunício e de Tasso. Só que essa sugestão foi rejeitada pelo presidente Lula e também por Luizianne Lins. Outra idéia que é acalentada por Eunício é lançá-lo a vice-governador, apesar de publicamente ele assegurar que disputará o Senado. Mas, Cid não gosta dessa saída.

Por fim, há um caminho de confronto para solucionar esse impasse. Cid e Tasso Jereissati estarão juntos, e o PT fica fora da chapa majoritária. Liberado, os petistas poderiam lançar um candidato a governador na corrida pelo Palácio Iracema, enquanto Cid disputaria a reeleição respaldado pelo PSDB e pelo PMDB. O PT está ciente de que se forçar demais para manter a candidatura de Pimentel pode perder a vaga de vice-governador.